11/20/2005

PARTIDA
Todos partem...ninguém fica,as alegrias e os risos,as dores e as lágrimas terminam.
Nada é eterno.
Nosso tempo aqui é determinadopelas missões a cumprir.
Já viemos com essa programação,que temos de realizar de geração em geração.
Sei que todos devemos partir,mas tenho receio de não poder me despedir das coisas lindas que amo...
meus filhos, netos e amigos,do sol, da chuva, do vento,do frio, do calor,do barulho, do silêncio,da noite, do dia,das flores, das folhas secas,do mar, da areia, do sol,da música das ondas,do céu, das nuvens,da lua, das estrelas,dos bosques, dos lagos, dos rios,da cidade, das montanhas,do canto dos pássaros,das melodias imortais!
Se eu for sem me despedir,digam, aos que por mim perguntarem,que fui feliz, que sorri,que chorei, que amei... encantei...que me apaixonei, que sofri,e hoje nada mais tem valor,tem significado para mim...
Que fui com o vento,guiada pelo sons dos anjos...
que parti contente.
Sei que saudades deixarei e muitas saudades levarei,mas tenho certeza de que somente do outro lado encontrarei a paz,a felicidade, o amor, a serenidade e a tranqüilidade...
E, quem sabe, alguém especialque tanto busco somente lá encontrarei


PAPAI, MEU QUERIDO,
QUANTAS SAUDADES!

Ontem, ao rever velhos papéis, encontrei uma cartinha amarelada pelo tempo.
Lembrei-me dela. Você a escreveu, carinhosamente, quando eu completei 15 anos...
Quantos anos já se foram!Eu apertei, junto ao peito, aquela velha carta e a saudade bateu forte,muito forte.
Aquela velha carta levou-me de volta ao passado...
Quanto chorei quando a li! Havia tanto amor, tanta emoção nela!
Verdades em meias palavras escritas. As palavras não eram necessárias a que você falasse do seu amor por mim; um amor tão puro, tão do seu jeito de ser; um amor que era amor de verdade.
Você sabia amar sem cobrar, sem pedir, nem exigir nada em troca...
Senti muita emoção ao relê-la, embora, eu a saiba de cor.
Mas, para não chorar, para você não me sentir triste, a guardei, a escondi, sentindo no silêncio da noite esta saudade doída, esta angústia de saber que nunca mais verei esse pai tão maravilhoso, tão amigo, conselheiro, compreensivo, que você foi, e que tanto amei, amo, de quem sinto inenarráveis saudades.
Saudades... Saudades! Nada mais existe.
Não se pode voltar no tempo, e eu queria tanto apenas lhe dizer:
Pai, como eu amo você!